Resumo Com base no uso do Fundo Documental do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), o artigo se propõe mostrar como duas tentativas de revolta dirigidas contra o domínio exercido pelo SPI sobre âmbitos importantes da vida indígena constituíram um movimento construído junto à ampla mobilização popular conduzida pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), num contexto dominado pela crise de agosto de 1954 e os processos eleitorais de 1955. A partir de noções sobre a antropologia da formação do Estado, mostra-se como esse movimento incrustou-se em relações estruturais prévias, de caráter clientelístico e instituídas pelo SPI, e como essas mesmas relações, que cotidianamente reproduziam o poder do Estado, foram também o lugar onde se construiu o conflito e a revolta.
Abstract Based on the use of the Documentary Fond of the Indian Protection Service (SPI), this article intends to show how two attempts at revolt against the dominance exercised by the SPI on important areas of indigenous life constituted a movement built next to the wide popular mobilization directed by the Brazilian Communist Party (PCB), in a context dominated by the crisis of 1954 and the electoral process of 1955. From notions of the anthropology of the formation of the State, it is shown how this movement was embedded in previous structural relations, of clientele character, instituted by the SPI, and how these same relations, which daily reproduced the power of the state, were the place where conflict and revolt were built.
Resumen Con base en el uso del Fondo Documental del Serviço de Proteção aos índios (SPI) ,este artigo se propone mostrar como dos intentos de revuelta contra el domino ejercido por el SPI sobre ámbitos importantes de la vida indígena constituyeron un movimiento construido junto a la amplia movilización popular dirigida por el Partido Comunista Brasileño (PCB), en un contexto dominado por la crisis de 1954 y el proceso electoral de 1955. A partir de nociones de la antropología de la formación del Estado, se muestra cómo ese movimiento se incrustó en relaciones estructurales previas, de carácter clientelar, instituidas por el SPI, y cómo esas mismas relaciones, que cotidianamente reproducían el poder del Estado, fueron el lugar en donde se construyó el conflicto y la revuelta.